
Sinto falta de alguém... De tantos alguéns. Sinto falta de mim... De quando eu e eu conseguíamos conviver de forma harmoniosa.
Sinto falta de ti também... Sabes que foste importante para mim... Eu muito gostava quando tinha você para me ouvir... Muito gostava de seus risos, gritos, choros, caras... De seus braços... Que abraços!
E também, eu era capaz de dizer mais sobre mim... Bastava olhar-me no espelho... Ahh... Que bons confidentes meus ouvidos me foram um dia! Não havia vergonha ao olhar-me... Não que agora haja. Na verdade agora há vazio... Um vazio tão imenso e tão lotado e tão apertado e tão confuso... Que me sufoca! Me empresta umas lágrimas?
E era sempre você ao meu lado... Ou você... Ou os dois... Ou ele... Ou aquele... Como pode ter diminuído tanto as opções? Me lembro de um dia ouvir dizer que isso é a seleção natural da vida... Um vai ficando mais chato... Outro sem graça... Outro desgasta... Outro se mata... De alguma forma muitos vão indo... E eu vou fincando. Não no mesmo lugar... Eu ando, corro, percorro... Sempre em movimento... Sempre aprendendo, aperfeiçoando, abrindo e fechando... E eu vou ficando em mim.
Fica aqui comigo... Só até eu dormir, mas tem que ser todos os dias... Porque amanhã eu vou acordar e vou precisar dormir de novo, e vou precisar de colo de novo, e vou precisar de você aqui... Só até eu dormir.

Adorei saber que vc e uma poetisa e gostei desse.
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