sábado, 10 de outubro de 2009

O Poeta Manoel...

Ontem lia Manoel de Barros,
Admirável e docemente ele dizia sobre o poeta:
Escrever nem uma coisa
Nem outra –
A fim de dizer todas –
Ou, pelo menos, nenhumas.
Assim,
Ao poeta faz bem
Desexplicar –
Tanto quanto escurecer acende os vagalumes.
[...]
O sentido normal das palavras não faz bem ao poema.
Há que se dar um gosto incasto aos termos.
Haver com eles uma relacionamento voluptuoso.
Talvez corrompê-los até a quimera.
Escurecer as relações entre os termos em vez de aclará-los.
Não existir mais rei nem regências.
Uma certa liberdade com a luxúria convém.

(A Guardador de Águas)
Ele é mesmo delicioso de ler... Sua explicação simples e desencontrada do ser poeta... Somei e dividi...

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